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quinta-feira, abril 27, 2006

Um elogio à androginia

Uma das regras da criação de personagens em tramas épicas é que não só o mocinho deve parecer sexualmente potente quanto o vilão também o deve ser. Ajudar a construir o carisma e conquistar o público, as mulheres os desejam e os homens os invejam, ou vice-versa (dependendo das diversas combinações de público/personagem)

Essa potência sexual manifesta-se de formas distintas entre o herói e o vilão. O mocinho está preso às concepções puritanas de sex appeal, geralmente manifestada em agressividade, especialmente quando o mocinho é macho, entre outros clichês. Já a força sexual do bandido não precisa explodir num caminho reto como o supracitado mas pode tomar formas mais distorcidas e obtusas, por isso temos um número maior de antagonistas andróginos e sadomasoquistas, eles seguem um caminho próprio o que em geral os tornam personagens mais esféricos e interessantes.

Por essa razão eu tenho associado androginia à inteligência, tentar entender como dois gêneros diferentes vêem a vida é bem mais complexo do que seguir os já martelados padrões de que menino usa azul e menina usa rosa. É como se a mente buscasse outras visões para poder se expandir.

Domenico de Masi é meio doido (apesar de querer e tentar trabalhar tão pouco quanto ele prega) mas concordo com ele quando diz que a sociedade futura tende cada vez mais à androginia contrapondo a manutenção masculina ocorrida na era industrial.

Notemos agora caros leitores a diferença entre uma sociedade andrógina e uma sociedade bicha-boiola como a greco-romana. Aos mais homofóbicosn eis um exemplo de diferença crucial: O Curinga é andrógino, os cowboys de Brokeback Mountain são bichas. Eles vão aos rodeios apenas para amaciar a bunda.